segunda-feira, setembro 18, 2006

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Vai me liga!

quinta-feira, agosto 03, 2006

segunda-feira, maio 08, 2006

Epígrafe
De palavras não sei.
Apenas tento desvendar o seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
como pre-feitos blocos de cimento.
De palavras não sei.
Apenas quero retomar-lhes o peso a consistência
e com elas erguer a fogo e ferro um palácio de força e resistência.
De palavras não sei.
Por isso canto em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
Palavra que me lavra.
Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
expressão da multidão que está comigo.

José Carlos Ary dos Santos



30 de Maio de 1976
Último domingo do mês.
Dia da Mãe


Acontecimentos Regionais:
in Diário de Coimbra

1ª Página:

Lide
Presidenciais – “Se Otelo Ganhar as presidenciais Ramalho Eanes deixará o país”

“ O General Ramalho Eanes numa entrevista ao Jornal de Notícias afirma que deixará o país se Otelo Saraiva de Carvalho ganhar. No entanto diz-se seguro da sua vitória, pois acredita no senso do povo.”


Lide
“ Acidente de comboio na linha da Lousã”

“ Não houve feridos, só haveres. Um carro parcialmente destruido, foi dentro da cidade a poucos metros da estação de chegada que tudo aconteceu pelas 11:00 da manhã”

Lide
“ Grupo parlamentar do PPD aprovou regulamento interno em Coimbra”

“ Foi aprovado o regulamento interno do PPD em Coimbra. Este grupo parlalamentar apreciou diversos problemas relacionados com a própria abertura da Assembleia da República.
Sá-Carneiro, secretário geral do PPD afirmou: Esta reunião teve como objectivo principal a aprovação do regulamento do grupo parlamentar. Debruçamo-nos apenas sobre o regulamento interno, sem qualquer estratégia política.”




Acontecimentos Regionais:
in Diário de Coimbra



Viseu
Eleições do Sindicato dos Trabalhadores de Alfaitaria, Costura e Similares.

Cantanhede
Marialvas elege novo corpo directivo para o ano de 77/78.

Dorzelas do Zézere
Oferta para a construção do novo posto de saúde.

Covilhã
Reunião da Câmara Municipal, com os seguintes temas:
Semana da Criança ; 50º aniversário da formação do Orfeão da Covilhã ; Aprovação da lista dos novos dirigentes do Sporting da Covilhã.


Coimbra
Criação do Centro Priva ( regulador das visitas médicas às escolas secundárias de Coimbra).
Festas da quinzena da freguesia de almedina.
Eleições dos dirigentes do Olivais Futebol Clube.
Escola do Loreto inaugura campo de jogos.













Acontecimentos Nacionais:
in Diário de Coimbra
in Diário de Notícias



Lide
“Criada uma União Democrática Portuguesa, promovida por Mayer Garção, Adão e Silva e Sá Cardoso. Em torno desta iniciativa vai constituir-se a União Socialista.”
Candidatos presidenciais antecipam campanha, participando em vários comícios pelo país. Comício no Campo Pequeno, Octávio Pato desmente divisões internas no PCP.


Lide
“Pinheiro de Azevedo afirma: “ O que que se está a passar em África representa uma fase importante do imperialismo soviético”



Lide
“Otelo louva exemplos do bispo do Porto de Ruy Gomes e do general Delgado”


Lide
“Eanes fala sobre Otelo, Spínola, Costa Gomes E.L.P e M.D.L.P.“


Lide
“Greves. Trabalhadores de vários sectores reunem-se hoje em diferentes pontos do país para tomada de decisões dos movimentos grevistas”















Acontecimentos Internacionais:
in Diário de Notícias
www.google.com
www.sapo.pt
www.wikipedia.org


Lide
“ Primeira Central Nuclear construída na África do Sul”
A primeira central nuclear da Àfrica do Sul vai ser construída por um consórcio francês, foi anunciado no domingo. A Àfrica do Sul frisou, no entanto que uitilizaria a energia apenas para fins pacíficos.


Lide
“ URSS: o mais elevado défice comercial dos últimos 20 anos”
O anuário do comércio externo soviético publicou, cifras oficiais, segundo as quais a URSS registou em 1975 o seu mais importante défice comercial dos últimos vinte anos, devido em particular, à ultima colheita, que foi catastrófica.

Lide
“ Após reunião de Caracas, reforço da cooperação entre socialistas”
O presidente do Partido Social-Democrata da Alemanha Federal, classificou de <> a conferência dos sociais-democratas e socialistas da europa e da América Latina, que se realizou em Caracas.

Lide
“ Mao Tsé-Tung constipado”
O presidente Mao tem uma grande constipação revelou, ontem, nesta capital o primeiro-ministro paquistanês, numa conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita oficial à China.

Lide
“ México: Nadine Chaval libertada pelos raptores”
A jovem Nadine Chaval de 16 anos, filha do embaixador belga no México, encontra-se novamente em casa após 4 dias e meio nas mãos de guerrilheiros urbanos que a raptaram e ameaçaram mata-lá.

Lide
“ Sismo na Guatemala e na Birmânia”
A população da Guatemala foi uma vez mais sobressaltada por uma série de sismos de regular intensidade, sentidos às 11 e 13:15. Por outro lado, um sismo relativamente forte abalou a Birmânia e foi registado com a itensiade de 0.7 na escala de Richter.



Lide
“ Recomeçam as negociações sobre a guerra do bacalhau”
O governo islandês anunciou ontem que tinha decidido retabelecer as negociações com a Grã-Bretanha para tentar alcançar um acordo na disputa da pesca.


Lide
“ Explosão no edifício da RAI”
Uma bomba danificou seriamente um edifício de escritórios e estudios da empresa de televisão.




Acontecimentos Desportivos:
in Diário de Coimbra
in A Bola



Futebol
Vitória de Guimarães 3 – Académica 3
( no estádio municipal de Guimarães)



“Benfica um campeão bom com um final mau”

Estádio da Luz, muita assistência, muito calor, exelente relvado.
A 30 de Maio, o Benfica faz o 1000º jogo no Campeonato Nacional. Uma derrota, por 2-3, frente ao FC Porto, que não mancha um objectivo já consumado: a conquista do "Título". 1º plano: Artur, Nené, Moinhos, Nelinho, Vítor Martins, Shéu, Jordão, Diamantino e Bento; de pé: Mário Wilson (treinador), Messias, Bastos Lopes, Vítor Baptista, Malta da Silva, Toni (capitão), Fernando Cabrita (secretário técnico), Barros, Romão Martins (dirigente dep. futebol), Borges Coutinho (presidente) e José Henrique.



Classificatória:

Benfica 50 pontos
Boavista 48 pontos
Belenenses 40 pontos
F.C. Porto 39 pontos







Basquetebol
Sporting ganha campeonato nacional




Atletismo
Carlos Lopes – O melhor tempo mundial do ano nos 10 000 metros (27’45s)

Ciclismo
Agostinho admite abandonar na volta a Itália.


Automobilismo
Niki Lauda vence grande prémio do mónaco no seu ferrari.




Curiosidades do ano 1976
Eventos
A Viking I explora Marte
Appel e Haken demonstram pela primeira vez o Teorema das quatro cores
John H. Conway edita On Numbers and Games
Rebentam motins no Soweto em contestação da imposição do afrikaans nas escolas negras sul-africanas
No Uganda, Idi Amin é nomeado presidente vitalício
Y. Oganessian et al e Dubna sintetizam o elemento químico Bohrio
Saloth Sar muda o nome para Pol Pot
Adolfo Suárez González torna-se presidente do governo de Espanha, substituindo Carlos Arias Navarro
Uma Junta Militar depõe Isabelita Perón do cargo de presidente da Argentina. Mais tarde no ano, Jorge Rafael Videla ocupa o lugar
Robert Metcalfe e David Boggs (o seu assistente) publicam um artigo intitulado: Ethernet: Distributed Packet-Switching For Local Computer Networks.
Fundado o Partido Popular Europeu
Giulio Carlo Argan é eleito presidente do executivo do município de Roma
Jogos Olímpicos de Montreal, Canadá
Lucien Van Impe (Bélgica) vence a 63ª edição da Volta à França em bicicleta
O Internacional vence o Campeonato Brasileiro de futebol
James Hunt é campeão mundial de Fórmula 1.
Artes
Fraçois Truffaut filma Argent de Poche, L´
Salvador Dalí pinta Gala Contemplating the Sea
Carybé recebe o título de Cavaleiro da Ordem do Mérito da Bahia
Ana Maria Machado publica Recado do Nome
Joe Haldeman conquista o Hugo com The Forever War
Jean Michel Jarre grava Oxygene
Maio
· 13 de Maio - criado o município de Deodápolis, no Brasil
· 14 de Maio - fundação da cidade de Minaçu (Goiás).
· 30 de Maio – Jornada Mundial da Comunicação Social em Itália.






Epígrafe é a citação de um pensamento, de uma frase, de um provérbio, que está relacionado com o tema ou assunto de um trabalho acadêmico, de uma monografia, de uma tese, de um projeto, de um manual organizacional, ou de um relatório.
Uma epígrafe pode ser colocada apenas em uma página no início da obra ou no início de cada capítulo ou parte da obra. As epígrafes têm a função de provocar a reflexão sobre o tema antes da leitura da obra ou do capítulo que a sucede.
Aqui pretende-se que seja feita uma reflexão histórica de uma data específica, neste caso a data de nascimento do aluno.

quarta-feira, abril 19, 2006

Uma entrevista a um pincel...




Numa tarde chuvosa de Domingo, um pincel recebeu-nos para uma entrevista no seu local de trabalho. Trata-se de um atelier, numa zona típica e pitoresca de Coimbra; um espaço artístico intensamente vivido, onde as obras tomam conta do local e dos visitantes. A conversa sucedeu-se nervosamente, evidenciando alguém pouco habituado a entrevistas.

- Esta sua fase, pode ser considerada como uma ruptura ou uma evolução em relação aos seus anteriores trabalhos?
É uma evolução, uma continuação... O meu processo, é uma análise tendo sempre em vista o que acontece à minha volta; por outro lado, desde o príncipio tenho vindo a construir uma linguagem através de sinais e códigos, que vai evoluindo ao longo dos anos e isso é bem patente durante o período em que estive em África. E, mais tarde, à medida que as coisas foram, normalmente, acontecendo e eu tive outro tipo de contactos, nomeadamente na Europa com outros autores fui também construindo uma linguagem própria a partir do que ia captando. Em relação ao México o processo é semelhante: tive, igualmente, um contacto muito profundo com a cultura mexicana, quer com a arte, quer com a arqueologia e a história e apropriei-me de uma série de sinais que introduzi na minha própria linguagem. Portanto, o processo continua, com novos elementos.

- Mas em relação à cor, ela continua a ser fundamental e uma constante em toda a sua obra.
Sim, a cor continua a ser importante, embora nestes trabalhos tenha introduzido prateados e dourados, que já utilizava.

- O que é que gosta mais de criar? Quadros ou esculturas?
É indiferente, depende, tenho fases. Neste momento estou a pintar mais, mas não quer dizer que, de um momento para o outro, pare.



- E no que diz respeito às outras actividades que mantém paralelamente, como coçar as costas e fazer cócegas...
Não são, nem de perto nem de longe, a minha actividade principal. São actividades secundárias que faço só em ocasiões muito especiais, porque, ao fazê-las, interrompo o meu processo criativo.

- Acha que é mais conhecido nacional ou internacionalmente?
Na realidade, tenho divulgado mais a minha obra lá fora do que aqui em Portugal. Nunca quis que o meu trabalho morresse nas paredes das casas dos portugueses. Como não há grande tradição cultural nem artística no nosso país, logo também não há tradição de pintura. Por isso, uma obra apenas conhecida em Portugal é menos visível do que se fosse conhecida internacionalmente. Portanto, sempre desejei que a minha obra fosse conhecida no estrangeiro. Aliás, é facilmente perceptível que os meus trabalhos não têm nada a ver com os fenómenos folclóricos portugueses. Têm uma linguagem que tanto é perceptível em Portugal como em outro país qualquer. Não vive o aperto de um provincianismo português.

- Mas não sente que, ultimamente, os nossos tugas despertaram para a sua pintura?
Em Portugal, há uma barreira difícil de transpor que é a do provincianismo, ou então a barreira daqueles que, à partida, pretendem anular os que se vão evidenciando. É um jogo de intrigas e ciúmes que obrigam o pincel de renome como eu a sair e pintar lá fora. Ao menos assim é difícil voltar a estrangular o leque de opções que se abrem quando se inicia uma carreira internacional.

- O gosto pelo seu trabalho é algo que se renova ou é já uma obsessão?
O facto de ter uma disciplina de trabalho e estar quase sempre no atelier não significa que esteja sempre a produzir novas coisas. Vou produzindo pequenas coisas e preparando novas obras, muitas vezes em busca de inspiração, porque há alturas em que, pura e simplesmente, não consigo produzir nada. Não estou inspirado, nem com criatividade, mas são dias que não posso perder e, portanto, há outro género de trabalhos que posso fazer. Um pincel tem que estar tecnicamente preparado e apetrechado para que, quando surja essa inspiração, se possa dar vazão a esses momentos mais profícuos. Logo, a disciplina é extremamente importante num trabalho como este. Quanto mais se trabalha, mais se aperfeiçoa e mais se melhora o produto final, principalmente a sua vertente técnica.. Por isso, aqueles que não têm uma personalidade vincada e uma mão criadora na sua obra são facilmente detectáveis.


- E em relação ao futuro?
Vou trabalhando nos meus projectos, vou evoluindo e desenvolvendo o meu trabalho, o que aliás objectivo desde sempre. Os meus pêlos são de cedro são fortes e vigorosos, tenho a certeza que não me vão deixar ficar mal.



- Para terminar, gostaria de saber a sua opinião sobre as novas tecnologias de pintura por computador.
Em primeiro lugar, digo-lhe que estou muito pouco informado sobre esse fenómeno. Tanto quanto sei, é um processo até simples, desde que se disponha de um computador. No fundo, é como dispor de uma máquina que executa.. Mas eu não tenho preocupações o traço que um pincel deixa é marcante

- Mas o que é que acha que serão as consequências disso no futuro? Alinha no cepticismo daqueles que temem que a pintura informática fará com que as pessoas deixem de apreciar a arte manual!
Acho que não. Eu, por exemplo, tenho um amigo computador com o qual nunca tive grandes realções pois não estou interessado nisso. Continuo a trabalhar pelas viasque sempre trabalhei. Sei que há artistas que usam o computador para trabalhar, mas tenho sistemas adaptados ao meu processo que me permitam resolver rapidamente as coisas. Ainda não pensei a sério na questão dos computadores. Contudo, acho que para quem gosta que faça bom proveito.

- Muito Obrigado.

quarta-feira, abril 05, 2006

night!

Obesidade Mental

Foi em 2001 que o prof. Andrew Oitke publicou o seu polémico livro Mental Obesity, que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral. Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito de obesidade mental para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna. «Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.» Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. Os cozinheiros desta magna fast food intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.» O problema central está na família e na escola. «Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate. Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas. Com uma "alimentação intelectual" tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.» Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado Os Abutres, afirma: «O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.» O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante. «Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.» Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura. «O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê. Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto.» As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras. «Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo. Não se trata de uma decadência, uma "idade das trevas" ou o fim da civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. O mundo, mais que de reformas, desenvolvimento, progressos, precisa sobretudo e urgentemente de dieta mental.»

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Palavras para quê?


Let me take you on a trip
Around the world and back
And you won't have to move
You just sit still
Now let your mind do the walking
And let my body do the talking
Let me show you the world in my eyes
I'll take you to the highest mountain
To the depths of the deepest sea
And we won't need a map
Believe me
Now let my body do the moving
And let my hands do the soothing
Let me show you the world in my eyes
That's all there is
Nothing more than you can feel now
That's all there is
Let me put you on a ship
On a long, long trip
Your lips close to my lips
All the islands in the ocean
All the heaven's in motion
Let me show you the world in my eyes
That's all there is
Nothing more than you can touch now
That's all there is
Let me show you the world in my eyes

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Anibal Cavaco Silva! O povo português tem memória curta!

PRESIDENCIAIS 2006

Como é do conhecimento de todos, o país encontra-se numa situação delicada, como poucas vezes sucedeu nestes 32 anos de democracia. Há pois que apurar quais as causas, qual a génese, de tal crise, para depois então se encontrarem as alternativas.
Ora, a História ensinou-nos claramente que não podemos voltar a cair nos mesmos erros do passado. 10 anos decorridos sobre o cavaquismo permitem-nos apreciar, com o devido distanciamento e serenidade, aquele que foi o maior período de governação, até hoje, na nossa democracia, e conhecer os seus reais efeitos e consequências.

10 anos depois, e com o alargamento da UE a 25 Estados-membros (e inerente vislumbre da diminuição dos fundos comunitários) parece, pois, ser consensual que poder-se-ia ter aproveitado a oportunidade histórica, que os mesmos fundos comunitários nos deram, para lançar reformas estruturantes em sectores tão fundamentais (e hoje ainda tão criticados) como o da Educação, da Saúde ou da Justiça, à imagem, aliás, de outros países, como a Irlanda ou Espanha, cujas apostas têm os seus resultados á vista. Pelo contrário, numa legislatura que (pela conjuntura em que decorreu e pelas condições de estabilidade que duas maiorias permitiram) parecia talhada para relançar Portugal, retirando-nos do autismo e do atraso profundo em que o Estado Novo nos mergulhou, o fácil tornou-se difícil e a solução passou a ser o problema. Não só não se aproveitaram devidamente as verbas comunitárias para fazer as necessárias reformas, como, em sectores como a Educação, se contribuiu e se abriu caminho para o desinvestimento das universidades públicas, através da instituição das propinas.

Nos 10 anos de cavaquismo, construiu-se o “monstro” que é hoje a Administração Pública, qual bola de neve, que vai absorvendo progressivamente todos os recursos à sua volta, de modo a garantir a sustentabilidade, a qual, como se sabe, tem dado grandes “dores de cabeça” aos sucessivos ministros das Finanças.

10 anos de cavaquismo deram ainda para conhecer os traços de uma personalidade que não soube conviver com os contra-poderes (e que agora, ironicamente, quer fazer deles parte) apelidando-os de “forças de bloqueio”, e que revelou mesmo perigosos tiques de autoritarismo perante os primeiros sinais de contestação que se fizeram sentir, como bem comprova, entre outros, o buzinão da ponte 25 de Abril.

Infelizmente as pessoas têm memória curta. Depois de dois mandatos de governação, Cavaco perdeu as eleições para Presidente da Répubica precisamente por os portugueses estarem fartos e desiludidos com a sua governação. Ainda assim criou-se o mito. Numa altura em que o preço do gasóleo era metade do actual tudo o que foi feito foi construir auto-estradas e o Centro Cultural de Belém. Como é possível? Chegou a hora da reflexão.

Votar Cavaco é assim cair no mesmo erro do passado.
Votar Cavaco, mais do que negar o actual estado do país, é revelar conformismo e voltar a dar confiança àquele que para ele tanto contribuiu.
Votar Cavaco é entregar o nosso futuro nas mãos daquele que no passado foi um dos principais responsáveis pela presente conjuntura.

(email que recebi de um amigo, não sei o autor, mas gostava de conhecer)